quinta-feira, 17 de junho de 2010

O PESADELO ESTÁ DE REGRESSO


O trabalho na unidade da Siemens era obrigatório para todas as prisioneiras independentemente da classificação que tivessem, da idade ou do estado de saúde. Mediante o acordo celebrado com o governo, a indústria pagaria ao comando do campo trinta centavos de marco por mulher-dia, sem que isso implicasse qualquer forma de remuneração às prisioneiras. As indústrias que, para preservarem a sua imagem internacional, preferissem não instalar fábricas dentro do campo de concentração, não tinham por que se preocupar: as SS encarregavam-se de transportar os prisioneiros até à sede da empresa. Foi mediante contratos como o da Siemens que a fábrica da Bayerischen Motorenwerke, que produzia os veículos BMW, utilizava 220 presos alugados pelo campo de concentração de Buchenwald; a indústria de lentes Zeiss-Ikon alugava 900 homens do campo de Flossenburg; a siderúrgica Krupp, 500 presos de Buchenwald, a indústria de veículos Daimler-Benz, fabricante dos luxuosos automóveis Mercedes-Benz, 110 presos de Sachsenhausen; a Volkswagen, 650 prisioneiros de Neuengamme..." (1)



Tudo isto se passava no tempo de Hitler, do nazismo. Hoje, o pesadelo que foi derrotado em Stalingrado está de regresso. Ou quase. Com a chanceler da Alemanha (e outros da sua igualha), a Europa, pelo menos a Europa pobre e morena do Sul, está à beira de tornar-se um imenso campo de concentração. "Fhürer" já nós temos.





(1) Fernando Morais in Olga, ed. Schwarcz Ltda. São Paulo, Br.

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