quarta-feira, 19 de maio de 2010

O SOLILÓQUIO DO ENGENHEIRO


José Alberto de Carvalho, mazombo, molengão, torpe, incapaz de ir ao "dunque", ao cerne das questões. Pantufa justa e deixa falar o patrão. Igual a si mesmo: fora de jogo. Mesmo assim, para quem figurava no cartaz apenas como apoderado da Rainha da Entrevista, nem foi o pior dos amanuenses.

D. Judite de Sousa esteve diferente do habitual, nada perliquitetes, que é o seu comportamento quando está perante alguém da oposição, sobretudo se for gente de esquerda. Não conseguia meter uma. Se calhar nem queria. Empregos destes não caem do céu e os governos têm mais sobrinhos que tachos. Sempre que a dama, esquecida talvez de quem tinha na frente, se atirava, o entrevistado franzia a testa ou atirava duas ou três palavras ríspidas, bem no osso, como quem fala a servos. E ela, caluda!

Sócrates, a quem as gazetas tratam por primeiro ministro e engenheiro, foi rei do falanstério ontem à noite (18 de Maio) na RTP 1.

Deste solilóquio sobrenadou a palavra "responsabilidade" e pontualmente o seu antónimo, "irresponsabilidade". Irresponsável é o PCP que apresenta uma Moção de Censura. Responsável é ele, o seu governo, os seus boys, os sobrinhos e as sobrinhas.

Este Sócrates é o "hollow man" de que falam as crónicas: um buraco revestido de palavras. Este homem medíocre, inculto, sem passado nem presente ideológico, este bonzai do sr. Blair é um aventureiro da política com muitíssima sorte.

Ainda desta vez a sorte esteve com ele. Ninguém foi capaz de lhe fazer a pergunta singela: com tanta responsabilidade demonstrada, onde pára o rol dos indispensáveis, das pandilhas que levaram o país a esta desgraça? Que rostos eram e são os seus? A que partidos pertenciam e pertencem?

Não houve perguntas. O engenheiro esteve feito um macho no ruedo celtibérico. Ah, diestro!

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