sábado, 22 de maio de 2010

A ALMA DO CORPO


"Nem todos os dias se combate, mas todos os dias se come", era, talvez seja ainda, o lema da única das aceitáveis "armas" militares, a Intendência. "Os Padeiros", como lhes chamava com alguma importuna altivez o resto da tropa.

Assim se fará nesta trégua de fim de semana e neste espaço. Pensar no corpinho que é o que, para crentes ou não crentes, reboca a alma.

Deste livro do século XVII, "composto por Domingo Hernandez de Maceras" e dedicado A Don Pedro Gonçalez de Azeuedo Obifpo de Plafencia, del Confejo de fu Magesftad, & c., se extrai a receita que segue:


Cap. xxxvij. Como se há-de fazer um caçoilo de coelhos à Portuguesa.

Depois de meio assados os coelhos, deve cortar-se em peças, duas do lombo e mais as pernas cada uma de per si e dois outros pedaços o corpo e a cabeça mais uma. E logo se deitarão numa panela ou caçoilo, e depois se deve frigir uma pouca de cebola picada muito fina. E para cada coelho é mister dois maravedis de especiarias e quatro de azeite. Deita-se-lhe toda esta mistura, juntamente com sal e vinagre e água, pondo-se a cozer. E não cozerá mais de meia hora, porque se desfaz muito. Chama-se este prato "à Portuguesa", e é o melhor de todos os coelhos. Também se podem servir assados inteiros com azeite e vinagre e pimenta: neste caso sirvam-se lardeados.


Aqui fica, com os desejos de que a boa sorte a/o acompanhe e mais os "maravedis" não só para as especiarias, mas igualmente para o coelho de aviário a adquirir na grande superfície mais próxima de si.

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